Pusilânime Putin

          

     Não me verão , aqui e agora, a detonar a triste e patética figura de Trump essa aberração contemporânea que ao tecer loas ao "deus mercado" e ao seu filho "resultado" desgoverna o tal "farol da democracia mundial", a polícia do mundo, a nave- mãe do capitalismo. Também não me verão esculachar o ímpio, calhorda e abjeto ditador sírio Bashar al Assad que jogou seu país e seu povo numa guerra sangrenta. Trump e ele são seres humanos desprezíveis, não é preciso acrescentar mais nada.

      O que me intriga de verdade é uma espécie de condescendência - pelo menos é o que parece na mídia nativa- com Putin, o dirigente máximo da Russia, cujo perfil, passado e postura é de um cinismo e de uma psicopatia superlativa. É por causa dele - que joga gasolina no fogo - que a guerra na Síria ganha contornos apocalípticos como vimos agora com o uso de armas químicas. É por causa dele - que apoia e ajuda, com grana e armas- o ditador Assad que chegamos a esse ponto insustentável. 

       As imagens do que acontece na Síria e suas consequências - como a emblemática foto do menino refugiado morto em uma praia européia - comovem o mundo mas não a ponto de todos se unirem para dar um basta a um conflito que há muito passou das medias. A inutilidade da ONU para mediar a questão repete-se pela enésima vez o que me faz crer que ela se transformou numa perfumaria inócua e cara que não media nada.  Falarem pouco sobre isso também me intriga. Mas nada me intriga mais do que pouparem o pusilânime Putin como protagonista de toda essa barbárie. Esse verme fantasiado de estadista faz mais mal ao planeta do que supõe nossa tola filosofia. Não que Trump e Assad sejam menos lamentáveis. Mas que esclareçamos aos desavisados que Putin é farinha do mesmo imundo saco. Que planeta esse o nosso.