É para citar Clarice ?

                                           
É para citar ? então vamos lá! Clarice Lispector dizia “eu sou uma pergunta”. E eu, mortal efêmero, digo que não tenho respostas. Jamais as terei. Nem hoje, nem naqueles idos , nem no século adiante . E, quer saber ? cansei também dessas procuras transcendentais, desses salvadores de moléculas, desses vendedores de soluções prontas e de cafés solúveis. Cada experiência artística- ou não- se encerra em si mesma e o que valeu para uns não haverá de valer para outros. Mas admito sim que sou um perdedor. Mas um perdedor muito terno.
O que acho apenas muito curioso, louco, inesperado a essa altura da vida, é a inversão total das prioridades. Naqueles começos nossa vida tinha que ter poesia e ser poesia. Hoje o assunto é um pano de chão, sequer um retrato colocado na parede, sequer um santinho desbotado esquecido na gaveta de um velho aparador. Me ressinto disso mas vamos em frente.
Antes de terminar esse ano espero estar de posse de novos procedimentos visto que o tempo parece mesmo escapar entre os dedos. Quando vimos já foi . E começa a virar costume achar normal uma certa vista turva, uns pés inchados, um cansaço que há poucos anos não existia.

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