CORRIMÃOZINHO DA ESPERANÇA
Por Ricardo Soares*
Começo a envelhecer numa casa cheia de escadas e súbito me pergunto: terei sempre força para escalar todos os degraus sem me apoiar, sem tombar, sem dar vexame ? Espero pois que sim e até lamento ser refém de pensamentos como esse quando há alguns anos nem pensava no assunto. Mas esse pensamento é metáfora para os demais degraus da vida não é ?
Quantas vezes não olhamos para escadas tão longas, compridas, escorregadias e achamos que não será possível dar conta delas? e no fim damos. Quantas vezes tropeçamos , ralamos joelhos e pernas e depois machucados nos levantamos e seguimos?
Peço pois perdão amáveis leitores por essas minhas considerações pueris e esquisitas. É que olhei para a casa feita em desnível e pensei nos desníveis de nossas próprias vidas. Desníveis que nos ensinam todos os dias mas que fingimos não ver. De meu lado não vou fingir que sei envelhecer. Sei não. Mas me agarro com fé no corrimãozinho da esperança achando que o meu futuro e do meu país ainda será alvissareiro.
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