EM RORAIMA, COM DESEDUCAÇÃO


( CRÔNICA PUBLICADA ORIGINALMENTE NO DOM TOTAL. (CLIQUE AQUI)
Vou passar um tempo considerável em Roraima. Mais especificamente em Boa Vista, a capital do Estado. Agora pela manhã vi uma cena que volta a me deixar intrigado com a deseducação que tenho visto por aqui. Mas não quero fazer nenhum juízo de valor porque ao estar em um hotel é de se presumir que a maioria dos hóspedes não sejam de Roraima. Isso não exime os habitantes do Estado de deseducação mas é sensato pensar que a grosseria vem de outras plagas.
No café da manha a moça encarregada de fazer tapioca e omelete para os hóspedes recebe uma ordem - porque o tom de voz não era um pedido mas uma ordem - de um sujeito de maus bofes sem a menor cortesia. Queria a tapioca dele “assim e assado”. Ok. Em seguida a moça leva o pedido à mesa e o cretino manipulando seu celular sequer lhe agradece. Agradecer aqui não parece o costume. A cena seria corriqueira, quase trivial, fosse ela uma exceção. Mas é uma regra. As palavras “por favor”, “obrigado” e assemelhadas não parecem ser costume ao menos aqui no hotel e no entorno apesar da quase total simpatia dos funcionários.
Ontem, almoçando em área externa  desse mesmo hotel, deparei com bucéfalos que em altos brados discutiam política - obviamente destilando um grau de imbecilidade superlativa - em altos brados e se dirigiram às funcionárias do hotel (gritando) como “ô cabelo vermelho”, “ô minha filha” e por aí vai. Fora os comentários cafajestes sobre os atributos físicos das moças na frente delas inclusive. Isso faz com que a gente sinta uma baita pena das feministas brasileiras porque será ainda uma longa batalha para que esses bucéfalos percebam o grau de descortesia em que estão imersos. Sequer imaginam que são brutamontes mal educados.
Repito que Roraima e seu entorno é retrato também desse país continental deseducado. E eu não vou generalizar porque sequer sei se os “distintos” cavalheiros aqui citados são do Estado. Pelos sotaques pareciam ser nordestinos. Mas, repito, a descortesia é nacional e não regional. Assim é triste partir pra ilação de que um país que ainda trata desse jeito funcionários que existem para nos servir e um país de pé torto, da pá virada. E não há eleição que corrija isso porque deseducados elegem deseducados. Espero em minha longa estada em Roraima assistir a cenas menos constrangedoras.

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