Reação às feras e abutres

Republicação da crônica do DOM TOTAL. (clique aqui)
Quase uma metáfora bíblica. Um dia sobe-se ao topo de uma enorme montanha e lá de cima se vislumbra um enorme país. Como num colorido jogo infantil de tabuleiro se enxergam muitas cidades, muitos rios, seus afluentes, operários em construção. Ouvem-se murmúrios ao vento de que esse é um país do futuro mas o que não se leva em conta são os seus  predadores.
Esse enorme país ainda tem selvas mas não é delas que saem as feras que devoram  a economia, a democracia, as esperanças. As feras estão cada vez mais  famintas  e vão minando nossas resistências, pegando o melhor para elas e nos deixando apenas ossos, carcaças ,mau cheiro.
Esse enorme país que agora não quer falar de política  e que  se angustia com os radicais debates políticos precisa sim discutir seus destinos. Do alto da enorme montanha , nessa tosca metáfora bíblica a gente vai percebendo os quarteirões, os quadrantes , os espaços todos serem cercados por abutres sem memória, os tais carniceiros que deletam a história recente. Esquecimento seletivo.
O enorme país parece entregue a uma febrícula que nos amolece. Mas é preciso resistir a essa malária, a essa malemolência. Não é porque alguns traíram nossos ideais de liberdade e igualdade  e se comportaram no poder como os predadores que atacavam que devemos jogar a toalha. A imensa maioria de quem aqui vive não tem para onde fugir. Nossas casas estão sendo cercadas. Os predadores fazem sombra e não querem que você se expresse. Veja o país que ainda existe desde o alto da enorme montanha. Não é um beco sem saída, é uma obra em movimento. Mas para isso é preciso que muitos se movimentem. Ficar sentado só lamentando não muda o rumo das coisas. O que está em jogo é a liberdade de ir e vir, do livre pensar. O momento é grave e ponto. Esteja pronto.

Comentários

Postagens mais visitadas