BRASIL GRAN TORINO


Lembro com certa melancolia que há uma década mais ou menos ao sair de uma sessão de Gran Torino com o meu filho ele me olhou com ternura e disse : "preciso lutar para que você não se transforme nisso" referindo-se ao protagonista do filme , ranzinza e intolerante que acaba por ser "amolecido" com a amizade fraterna de um vizinho asiático que a principio ele tratava com preconceito, hostilidade e distância.
Uma década depois receio que meu filho tenha fracassado e fui me tornando mais ranzinza,mais intolerante, preconceituoso ainda mais diante dessa distopia  maior dez anos após a estréia e a sessão de Gran Torino que assisti com ele. Digo isso como justificativa para meu estado de ânimo atual que infelizmente encontra eco e espelho em muitos da minha geração ? Talvez sim.
O entorno do país me faz parecido com o protagonista de Gran Torino, exceção feita pelo uso das armas que eu deploro. Paradoxalmente nunca senti tanta necessidade de me armar de todos os tipos de argumentos para tentar convencer os incautos que o uso de armas jamais será a solução. Só vai agravar o problema. As pessoas estão muito piores. Mais folgadas, mais desonestas, mais intolerantes, mais belicosas, mais ciosas dos seus falsos espaços. Nunca foi tão necessário o desarmamento em todos os níveis. Mesmo nesse Brasil tão Gran Torino.

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