NA LEMBRANÇA DOS NETOS


Meu avô , já perto do fim da vida, tinha canelas finas e colocava a cabeça entre as mãos quando queria recordar o passado. Nesse período as vezes podia ser visto no bar do Joaquim, meio debruçado sobre o balcão, tomando uma cervejinha no fim da tarde e lembrando do jardim da Luz na década de 20 do século 20.

Meu avô já foi embora faz tempo e não perguntou para o pó de onde veio e depois voltou o que se faz para seguir com o que é doce mas acabou.

Meu avô guardou moedas antigas,baralhos desgastados e apostas nos cavalos.Hoje mal e mal vive na lembrança dos netos e a lápide com seu nome foi roubada do cemitério. Mesmo assim eu lembro dele e de um relógio dourado que ele tinha no pulso e de todas as horas que passamos juntos e que hoje me servem de consolo para os nossos momentos apartados.


Ricardo Soares, 28/10/2021



 

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