OS SÉRGIOS E SÃO FRANCISCO

 

São Francisco de Assis by Portinari


OS SÉRGIOS E SÃO FRANCISCO

 

 

Só tem Sérgio nesse texto. Meu amigo fraterno Sérgio Pinto de Almeida  me recomenda textos sobre São Francisco de Assis  escritos por Sérgio Augusto de Andrade, cujo “Andrade” o diferencia do seu quase xará Sérgio Augusto  jornalista e escritor carioca, às vezes pedante, mas  excelente texto  ,  que vive com a ativíssima ( no Facebook) e simpaticíssima  jornalista Maria Lúcia Rangel .

Noves fora os Sérgios chego à tardia e contundente descoberta  que o   Andrade  fez  do “nosso” São Francisco de Assis que ele alinha no seu Instagram no rol de suas maiores frustrações. No caso , justamente a frustação da descoberta tardia da vida e obra do santo que eu cultuo há décadas mas que não fui capaz ( agora minha frustração)  de escrever texto tão sincero e abrangente acerca da vida e obra do irmão que cultuou amor a tudo e todos acima de qualquer coisa.

Como o Andrade escreve “não acreditar em Deus talvez seja o principal motivo que me fez admirar tanto São Francisco. Seu mundo redimensiona furiosamente a hipotética beleza  e hipotética bondade do Altíssimo e as espalha por tudo, como sementes de girassol e os resultados são sempre maravilhosos :  tudo é sempre bom e bonito em São Francisco”.

         Muito bem dito pelo Andrade que ainda acrescenta que São Francisco dá  a impressão de ter descoberto uma certa “gramática da gratidão” mesmo sendo perseguido ( é sempre bom lembrar) pelo catolicismo já obtuso no século 13 quando ele viveu. Ou seja, creio que isso reforça a tese de que tanto eu quanto o Andrade e tantos outros gostamos  do santo independente do catolicismo oficial que hj o festeja simbolicamente quando o atual papa argentino adota o nome de Francisco para lembrar o “pobre de deus” conforme o alcunhou o escritor grego Níkos Kazantzákis  .

O Andrade , entusiasmado com a descoberta tardia do santo , voltou à carga e escreveu mais a respeito dele, o que me motivou , enfim , a escrever sobre o santo e sobre o que o colega escreveu. Como ele sempre me admirei de episódios que cercam “o pobre de Deus” como sua tentativa de com a sua influência terminar com as Cruzadas indo conversar com os sarracenos , seu açúcar e afeto com os leprosos e mesmo com o  episódio lendário de ter afastado com sua doce retórica um lobo feroz que destroçava animais dos camponeses ao redor de Assis.

         Para mim a verossimilhança de sua vida e obra se torna mais forte por conta da primeira biografia que fizeram dele , da lavra do também consagrado santo Tomás de Celano que foi discipulo e testemunha ocular do preceito de liberdade, igualdade e fraternidade que foi a vida do santo de Assis.  Óbvio dizer que hj ele seria execrado pela turba ignara e obscurantista que quer um Deus vingativo e cruel, um Deus mau, um Deus punitivo. O fascismo, inclusive o religioso,  não combina com o santo. Por tudo isso e muito mais  cada vez me sinto mais próximo dele e mais distante dos preceitos antiquados da igreja Católica apostólica romana. Pax, acima de tudo. Viva São Francisco.



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