que triste comemorar a morte de Bin Laden

  

    Com certeza será o assunto mais falado dos próximos tempos. Inúmeras teorias conspiratórias surgirão, muitos não vão crer na morte de Osama e outros tantos dirão que ele já estava morto ou que paira vivo em alguma Tora Bora da vida. Fato é que por mais que fossem hediondos Bin Laden e seus crimes triste da civilização que festeja a morte alheia. Morte gera morte e morte não se festeja. Fiz esse pouco sutil comentário no twitter e o joguei no Facebook e muita gente no calor da hora discordou . Outros ( poucos ) concordaram. Talvez os que discordem não entendam que meus argumentos não são sequer de caráter civilizatório. O erro é na humanidade em si . Tanto é triste ver multidões e o proprio presidente americano comemorando a morte de um homem ( mesmo que um terrorista assassino) quanto é lamentável ver fanáticos arábes comemorando o sangue derramado no atentado de 11 de setembro.
  A humanidade, essa imensa legião de perdidos em equivocos, ainda crê que justiça e honra se lava com sangue. Enquanto assim for estaremos mesmo condenados à extinção. A morte de Bin Laden e o regozijo que isso provoca ( falam que não é alegria é comemoração por justiça, ó céus) é o atestado definitivo de que estamos mesmo muito doentes quando a imensa maioria concorda com a eliminação física de um fanático ao invés do seu julgamento e desterro perpetuo para pensar no que fez. Não sou sequer um Gandhi de suburbio e nem preciso ser para enxergar que ninguém vê mais nada nessa neblina espessa.

Comentários

Jaime Guimarães disse…
Vi as cenas das pessoas comemorando em Nova York e em frente à Casa Branca e fiquei sem palavras. É ridículo alguns árabes comemorarem os atentados às Torres, é ridículo alguns americanos comemorarem a morte de um terrorista que, a bem da verdade, era mais um símbolo do que um real perigo atual.

É o "olho por olho, dente por dente" que funciona? Será que este é o único caminho? Então Hobbes tinha razão quando afirmou que o homem era um ser egoísta e em estado permanente de guerra.

Felizmente, ainda encontramos lucidez lá mesmo nos EUA, e de um jogador de basquete da NBA: "Foram necessárias 919.967 mortes para matar esse cara. Foram necessários dez anos e duas guerras para matar esse cara. Nos custou aproximadamente US$ 1,9 trilhões para matar esse cara."

Aí está.

Abs!

PS: Adoro teorias conspiratórias! A minha é que Osama está escondido/hospedado no rancho do amigo e sócio George W.Bush! =D
Reiko Miura disse…
É isso, Ricardo.
Muita gente acha que o 11 de setembro foi o início de tudo e que a morte do Bin Laden zerou tudo. Ledo engano. Resta saber o que vem pela frente.
Cosmunicando disse…
concordo com seu texto, as comemorações são descabidas e mostram o quanto a violencia de lado a lado se tornou banal.
também fiz minha crítica, menos literal, aqui:
http://cosmunicando.blogspot.com/2011/05/e-quem-podera-desmascara-lhos.html
abraços.
Edu Campos disse…
É bem assustador ver os fundamentalistas americanos comemorando. Inclusive em frente à casa do Bush.
E não dá pra dizer que fossem red necks de Iowa ou do Alabama, era a nata cosmopolita de Nova Iorque !
Mas o mais desanimador é notar que a grande maioria ali eram jovens, que eram crianças em 2001 e têm Bin Laden na conta de uma espécie de Bicho Papão.
Infância, subconsciente... que tédio, que grande passo para trás o Bin ajudou o mundo a dar !
Nem Michael Moore pra exorcisar essa turma.
Claudia Kämpf disse…
Ricardo: algumas pessoas são como borboletas. Ou como joaninhas. Outras são como baratas. E barata só tem um destino: o chinelo.
;-)
Ricardo Mainieri disse…
Poetas, também, deram seu depoimento sobre esta idéia corrente de regozijo com a morte de Bin Laden. Vejam:

PAZ E AMOR

nem Osama nem Obama
só mata
quem não ama


Goulart Gomes
o criador do Poetrix

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GLÓRIA

Osama nas alturas!
Paz na Terra?
Só homens de boa vontade...


Lílian Maial

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AVESSO

No mundo
mortes & mártires
eu pensando em paz interior...


Ricardo Mainieri

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Poetas do Movimento Internacional Poetrix.

Ricardo Mainieri
Mr. brBlues disse…
Concordo com o teor do seu texto: não dá para comemorar a morte com essa euforia ensandecida. Lutar pela paz, lamentar cada morte violenta, olhar cada ser humano para além do véu ilusório das diferenças.
Utópico, eu sei, mas sempre necessário tentar.

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